Material de riquíssimo interesse e qualidade enviado pelo
nosso assíduo colaborador e visitante Cel. Ary
O Cel. Ary havia me enviado este material em meados de Setembro,
porém em virtude dos acontecimentos últimos eu fiquei sem este material, pedi
ao nosso Cel. Que me reenviasse e ele
prontamente foi ao fundo de seus arquivos recuperou o e-mail e remeteu este
material riquíssimo de valor inestimável.
“Granadeiros consegui recuperar essa foto do time campeão
que tem os nomes dos componentes”. santosary@uol.com.br
BGP Primeiro campeão regional
TEMPOS DE BRASÍLIA
BGP o primeiro campeão regional de futebol
Ary dos Santos (*)
Durante os primeiros anos do BGP em Brasília era dada grande
ênfase as atividades físicas e, por extensão, a disputas variadas como gincanas
(Foto 8.01), corridas, etc., inclusive realizadas aos sábados servindo para o
entretenimento dos soldados quer como participantes, quer como assistentes,
para suprir o vazio de uma cidade em formação que, praticamente, só lhes
apresentava como atrativo a Zona do Baixo Meretrício, na “Cidade Livre”, onde a
permanência dos mesmos era proibida por motivos de saúde e de disciplina. A
Unidade ressentia-se da inexistência de um campo de futebol, simples que fosse,
para o treinamento e o entretenimento de praças e oficiais, visto que só se
praticava, no pátio asfaltado pela
metade, o futebol de salão, o vôlei e, mais tarde, o basquete, todos com
instalações móveis.
Quando foi asfaltada a região do Setor Militar Urbano (SMU)
( creio ter sido ao início de 1962, pois as arvores da outra metade do pátio
foram cortadas em Maio de 62 – Foto 8.02), ai compreendidas as ruas da região ( eram de terra batida) e as vias que
formavam o quadrilátero dos pavilhões principais do batalhão, um certo número
de tratores ficou operando na área com base de apoio no BGP.
Nessa ocasião, no intervalo do almoço, dirigi-me a um
tratorista responsável por uma “patrol” estacionada no perímetro externo do
quartel, nas proximidades do então Pavilhão de Administração. Conversei com ele
alguns minutos e disse-lhe que “podia limpar a área em frente” ( que eu já
balizara) ou seja, do outro lado da via ao Norte do quartel, em terreno á época
baldio e que viria abrigar em 1975 a 3ª Brigada de Infantaria Motorizada e,
posteriormente, um setor do Gabinete do Ministro do Exército.
O trabalho foi feito em pouco tempo, pois era relativamente
plano e com dimensões aproximadas de 120m X 80m. A partir do dia seguinte, os
próprios soldados que se dedicavam ao futebol se dedicaram voluntariamente, em
suas folgas, a “destocar” a área, improvisamos as traves e realizamos uma
marcação com tinta cal e pronto: já tínhamos um campo de futebol e para os
dedicados praticantes era um novo Maracanã!
A iniciativa mostrou-se providencial, pois além de passarmos
a ter mais um local oficial de Treinamento Físico e de diversão, mais tarde,
pelo BI de 30/08/1962 , fui “designado para treinar a equipe de Futebol de
Campo que representará o Btl na Olimpíada Regional que será realizada entre 24
e 29 de set 62.”
A partir daí iniciei um programa de treinamento durante os
20 dias de que dispúnhamos, sempre com o problema da escala de serviço. Mas
tive a meu favor fatores de grande importância positiva. O primeiro foi a
cooperação competente e voluntária do Cap. SCHMIDLIN ( Francisco José S. de
Castro – Turma Avai) que, possuidor do curso da EsEFEx, elevou e manteve o
nível físico dos convocados utilizando as técnicas modernas da época (“
interval trainning”, por exemplo). Outro fator era que o Contingente de
soldados, oriundo já em boa parte do interior de São Paulo, apresentava jovens com elevado nível técnico, tanto que
alguns deles , após o serviço militar, atuaram em times da 1ª Divisão de São
Paulo ( “Neguito” e Tabai) e de Recife(Agnaldo).
Os treinamentos se desenvolviam com seriedade e, em algumas
noites, no auditório do Pavilhão da Administração, apresentava algumas técnicas
e algumas jogadas que treinaríamos no
dias seguintes . Em uma dessas vezes,
procurei abrandar a tensão normal da estréia , dizendo que lhes
ensinaria uma fórmula de vitória certa e
passei a expor: se o adversário não fizer nenhum gol, basta fazermos pelo menos
um; se eles fizerem um, basta que façamos dois... e assim por diante. Ate hoje,
quando tenho o prazer de reencontrar o granadeiro Guaratini( lateral direito,
natural de São Carlos/SP) ele recorda esse “magnífico ensinamento”.
Com essas atividades criou-se também o necessário
“espírito-de-corpo” com sadios empenho e camaradagem.
Fomos vencendo os seguidos jogos e a final seria entre o BGP
e o Batalhão da PE, clássico embalado por uma rivalidade externa pelas funções
que cabiam aos integrantes daquela unidade irmã de policiar os militares na
rua.
O jogo foi duríssimo e apesar de termos um jogador de meio
de campo – que tinha tanto a técnica quanto o ardor em alto níveis - expulso na metade do
primeiro tempo, chegamos ao final vencedores por 4 X 1! E como nos 15 minutos
finais, o nosso time passasse a utilizar o recurso de uma “cera técnica” muito
utilizada pelo Botafogo/RJ e que fora alvo de debate na nossa última reunião,
dois jogadores adversários se descontrolaram e também foram expulsos.
Com essa brilhante campanha invicta, o time ( Foto
8.03) consagrou o BGP como o primeiro campeão da 11ª RM em
futebol,com reflexos positivos para toda a unidade.
Reitero, hoje, os elogios áquela turma – incluindo o amigo
Cap Schmidlin – de granadeiros que honrosamente trouxe o primeiro titulo
oficial desportivo para o BGP!
(*) O autor é Cel. Ref. Inf. QEMA – Turma de 1958 Brasília,
Janeiro de 2010
Email: santosary@uol.com.br
(Reprodução autorizada desde que citada a fonte)
Um comentário:
PELOTÃO DO XEREM - NOVA CCS/BS-XEREM - BINGOOOOOLLLLLL!!!!Enfim, um GOL DE PLACA, em matéria de futebol no blog. Olhaí o Cel.Ary mostrando o que tem e sabe fazer:-apresentar a história em fatos e fotos.Já, já, mando a foto atual do DARCY GUARATINI, que reside na cidade de S.Carlos, e é useiro e vezeiro em comparecer a encontros. Com Certeza, ele , a Elza e a Paula,esposa e filha, vão também estar presentes. - XEREM
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