quarta-feira, 9 de março de 2011

HISTÓRIA DE BRASÍLIA – Passeio ao passado.

Fuçando, virando e mexendo nas coisas da Internet e do Google, encontrei fotos e matérias dos bons tempos. Quando fui assistir à Passagem de comando, comprei, no aeroporto de Brasília, um exemplar do CORREIO BRASILIENSE e, em uma das paginas duplas, estavam impressas várias fotos dos bons tempos dos Anos 60, e ali o jornal convocava alguém que se reconhecesse na foto, ou conhecesse alguém que ali estava, a informar ao jornal para identificar e entrevistar. E saíram os primeiros resultados. Conforme vocês podem ver nas fotos e arquivos do anexo.
Um cordial e begepeano abraço do XEREM-09/Março/2011- 4.ª Feira de Cinzas.

Irmãs que viram Brasília nascer lembram dos primeiros tempos da capital Contatadas por uma sobrinha que leu reportagem do Correio sobre o livro Arquivo Brasília, duas irmãs que se reconheceram em uma das muitas imagens anônimas da publicação






A poeira das ruas sem asfalto e as construções por todos os lados nunca tiraram o glamour das festas, desfiles e bailes realizados todos os fins de semana na recém-inaugurada Brasília. Nos primeiros anos da capital, os funcionários públicos transferidos para a cidade faziam questão de se divertir e de manter vivas as tradições de suas regiões. Serestas, rodas de viola ou de samba, encontros sociais, chás de mulheres, festas dançantes: a alegria era a regra em todos os eventos.
            A juventude também tinha espaço nos salões. Assim, no ano seguinte à inauguração, o Brasília Palace Hotel organizou o primeiro baile de debutantes da capital. O anúncio causou frisson entre as mocinhas, que começaram a providenciar arranjos de cabelo, joias e, principalmente, vestidos de tirar o fôlego. No fim de 1961, a festa lotou o salão principal do edifício e se tornou um dos maiores eventos sociais da nova capital brasileira.
Entre as adolescentes vestidas de branco, estavam as irmãs Sônia e Sheyla Lourenço, hoje com, respectivamente, 65 e 64 anos. Elas se reconheceram nas fotos publicadas pelo Correio Braziliense na edição do último domingo. A reportagem mostrou imagens de anônimos que ajudaram a construir a história da cidade, todas elas reunidas no livro Arquivo Brasília, de Lina Kim e Michael Wesely. Uma sobrinha viu Sônia e Sheyla no jornal e se apressou em avisá-las sobre a publicação.
Um exemplar da reportagem vai juntar-se agora às dezenas de registros que as irmãs guardam da época. As cariocas chegaram a Brasília em 10 de junho de 1960. Só não vieram a tempo de ver a festa de inauguração porque a mudança atrasou. Filhas de funcionários públicos, elas resistiram à mudança, assim como os pais, acostumados à vida animada de Copacabana. Mas logo se renderam ao estilo de vida brasiliense. “Apesar da poeira, a vida aqui era muito boa. Todo mundo se conhecia e havia bailes em praticamente todos os fins de semana. Quando não tinha nada programado, a festa era na nossa casa, que ficava na 707 Sul”, relembra Lourdes Lourenço, 87 anos, mãe de Sônia e Sheyla. “Chamavam a nossa casa de Pensão LL, por causa das iniciais do meu nome. Todo mundo ia para lá.”

Sônia e Sheyla Lourenço com o exemplar do Correio: 50 anos depois, o reencontro com momentos inesquecíveis
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