segunda-feira, 12 de setembro de 2011

12 DE SETEMBRO, 48 ANOS DO LEVANTE DE BRASÍLIA – Granadeiro Cel. Ary Santos

Há alguns dias o Xerém convocou uma série de Granadeiros a colaborar com matérias para o dia 12 de Setembro aqui no Blog, o Cel. Ary que já havia enviado algumas linhas me ligou e informou que remeteria mais algumas considerações, inclusive pude elucidar uma dúvida que eu tinha sobre a participação de outras tropas, do nosso Glorioso Exército, oriundas de outros estados brasileiros e que as mesmas somente chegaram após a situação toda controlada pelas guarnições de Brasília.
  
BLOG BGP Texto 12 set 2011
12 de setembro de 1963..................mudanças???

Ary dos Santos (*)

É um prazer recontar através deste eficiente blog os Granadeiros de ontem de sempre. Estamos comemorando 48 anos de uma jornada que se eternizou em nossas mentes e também em nossos corações de brasileiros genuínos. Quando uso o verbo propositadamente na primeira  pessoa do plural englobo todos os Oficiais, Sargentos e Praças que, naquela data, contribuíram para firmar princípios básicos de Lei e de Ordem que são pilares fundamentais  de uma Nação que se quer democrata. E todos que participamos realmente da grande operação militar que colocou fim, em menos de 24 horas, ao “Levante de Brasília” contribuímos, cada um de per si, de maneiras diversas e com participações de intensidade variáveis conforme a mão do Destino nos colocou, mas TODOS com a mesma importância, a mesma União, a mesma Disciplina, a mesma Dedicação Militar e a mesma Coragem – física e moral - que se fazem necessárias ao militar que independente de posto ou função,  preza e respeita sua Instituição e não se acomoda, buscando o esforço coletivo e a certeza de que atrás de cada homem fardado esta toda uma Historia gloriosa que, hoje, muitos desdenham mas que custou competência, coragem, vidas  e fé aos nossos antecessores.

Nesses 48 anos, quantas mudanças!!!!
Reflitam os companheiros apenas com a evolução da tecnologia em todos os setores de atividade humana. Mas pensem também no amadurecimento pessoal de cada um de nos o que é a contrapartida positiva do inexorável envelhecimento físico. Somente esses dois aspectos já nos mostram como muita coisa mudou.
Em outros aspectos fingiu-se apenas a mudança, permanecendo o cerne do que havia ainda que com ligeiras diferenças e esse é o caso do totalitarismo de esquerda: o comunismo. Essa ideologia não foi soterrada  com a queda do Muro de Berlim, como desejaríamos e como o crêem os inocentes de todas as idades, sexos e raças, pois ainda prosperam nos quadros dirigentes do nosso país ( e de alguns outros ), abrandadas por uma diáfana capa gramscista, as mesmas técnicas, os mesmos lemas, os mesmos processos, em suma adaptados para dar o Poder e o Dinheiro á uns poucos as custas do pouco de cada um de todos nos.
Também para as Forças Armadas muitas foram as mudanças, para o bem e para o mal.
Entre elas, o afastamento compulsório dos homens fardados das mesas e comissões de estudo de vários – talvez todos – campos do Poder Nacional. É o Brasil que tem a perder pela impossibilidade de cooperação de quadros de excelência da única Instituição cujos componentes são encontrados em todas as partes do território nacional e que na aridez de competência com que viemos nos deparando seriam reforço positivo, entre outros aspectos por aliarem aos estudos a vivência in-loco com todas as camadas sociais das diversas áreas do Brasil.
Mudança também, talvez nem tão importante, foi o aparecimento de versões outras sobre o “Levante de Brasília”, afrontando a realidade expressa por diversos Oficiais e Praças do nosso BGP, que realmente cooperaram com as ações para debelar totalmente tal movimento, conforme  documentos  escritos , amplos e detalhados, já nas mãos do BGP. Pela sua pequenez o assunto que contem inexatidões grosseiras, não merece, pelo menos neste espaço, outros comentários.

O fato, colegas granadeiros é que decorrido quase meio século, tenho a certeza de que  algo não mudou pois– voltemos ao plural –  continuamos com o mesmo espírito daquela época, que também habitou as mentes dos granadeiros de todas épocas, e estamos conscientes de que fizemos o que devia ter sido feito. E o fizemos com exação, força, e sobretudo, fé!  Fé na nossa capacidade, fé no papel democrático da Instituição verde-oliva, fé na Nação que nos viu nascer, fé na camaradagem respeitosa que permeava os círculos sem tisnar a disciplina, fé em que devíamos aquilo para os nossos familiares e para os brasileiros daquela época e dos anos futuros.
E foi aquela atuação  - na parte operacional, exclusivamente do BGP e de algumas dedicadas  frações - que serviu como avant-premiére de qual seria a posição do Exército ante ameaças totalitaristas, como já acontecera com a Intentona Comunista  em 1935, com o fascismo mundial na década de 40 e, agora, de novo,  com a nova tentativa comunista que  se intensificaria nos próximos seis meses, sendo oportuno relembrar  que as tentativas, passadas e atuais, da esquerda sempre tem como nó górdio  o enfraquecimento das Forças Armadas.

Nossos votos, por isso, são para que – com comemoração oficial ou sem ela – cada participante real daquelas missões, na quietude do seu recolhimento, agradeça ao seu Deus pela oportunidade que teve de, quando necessário, não ter se apequenado, não ter se acomodado, atuando realmente, em benefício da Pátria e de todos os brasileiros.
Isso é o bastante para um granadeiro de verdade !!!!

(*) Ten Santos ( BGP 1960-1964)
            Cel Inf QEMA Ref (Turma Montese)
>

3 comentários:

Anônimo disse...

NOVA CCS/BS-XEREM- HIP!HIP!HIP!URRA!CEL.ARY!CEL.ARY - a voz ,sempre conhecedora e segura, a narrar e a defender o antigo espirito, a coragem e a determinação dos soldados,cabos, Sargentos e Tenentes , do BGP ou de frações de alguma outra tropa que tenha vindo em auxilio à begepeana, naqueles momentos de entrevero Rebeldes amotinados nos predios dos Ministérios x Tropa do BGP.Viva Cel. Ary, por , pelo menos, mais 20 anos, para podermos aqui estar a comemorar esta Data.Que, pelo menos, para nós, é importante.Queiram ou não, alguns.NOVA CCS/BS-XEREM

Anônimo disse...

"O objetivo da guerra é a Paz".
(Aristóteles)

Apresentando Continência!

Como já citei, o teclado pode
também ser uma arma
e é com esta arma
que V.Sª combate hoje,
dentro de sua trincheira
doméstica.
Delicada, muitas vezes,
é a situação do militar, principalmente a dos graduados
e oficiais subalternos, onde
"ORDEM É PARA SER CUMPRIDA E NÃO PARA SER DISCUTIDA"

Permissão para me retirar!

cb.813 CPP 63/64

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.