segunda-feira, 12 de setembro de 2011

12 DE SETEMBRO, 48 ANOS DO LEVANTE DE BRASÍLIA – Mário Pascual Júnior do site http://www.veteranosbgp.com

Por sugestão do Kowalauskas, estou colocando acredito que ainda em tempo um texto do Granadeiro, Mário Pascual Júnior, 12 70 da 4.ª/63, que foi publicado originalmente no site do querido Hélio Gouveia http://www.veteranosbgp.com aproveito para sugerir aos granadeiros que visitem o site pois existe lá mais um texto sobre este assunto descrito pelo Cel. Ary e mais um do Pekowal.


(copiado integramente do http://www.veteranosbgp.com tal como lá está)

Vivida por Mário Pascual Júnior
Caro amigo Hélio, é com muita satisfação e emoção profunda que desde já lhe dou permissão para utilizar minha narrativa sobre o episódio da Revolta dos Sargentos em 12/09/1963. Agradeço o seu contato e ficarei atento ao site para sempre saber das novidades. Um grande abraço. Mario PASCUAL Junior - Soldado 1270 - 4a. Cia. de Fuzileiros - 1963.

Era Setembro de 1963, eu estava dormindo com uma passagem de ônibus Brasilia/Ribeirão Preto-SP, pois conseguia junto ao comando do BGP uma folga de 8 dias para visitar meus familiares, quando o Tenente Altidório me chamou e ordenou que descesse imediatamente do alojamento da 4a. Cia. e apanhasse meu armamento já que eu era o atirador do 3o. pelotão.
Imediatamente cumprí as ordens apanhando meu fuzil-metralhadora e me posicionando em uma trincheira ao lado do quartel. Até aquele momento não sabia ainda o que estava acontecendo, apenas com ordens de atirar caso houvesse invasão. Confesso que com apenas 18 anos de idade fiquei muito tenso, porém, sem medo de defender meu posto.
Ao amanhecer ouvi ruído dos tanques blindados do Regimento de Cavalaria Mecanizada se deslocando e ruídos de tiros de metralhadora ao longe, vindos do centro de Brasília. Recebí novo comando dos oficiais para que deslocasse o pelotão para embarque imediato, o que foi feito.
Ao chegarmos à Esplanada dos Ministérios constatamos a gravidade do momento: havia um sargento da Marinha morto por um oficial do BGP que fez um contrataque para defender suas tropas.
A tensão aumenta e somos deslocados para o Aeroporto de Brasília onde ficamos em trincheira ao lado da rodovia de acesso, com ordens de revidar qualquer ataque. 
Após algumas horas, fomos deslocados em direção ao quartel da Marinha que ficava um pouco distante da Capital. No caminho deparamos com um veiculo da Cia. Telefonica metralhado com o motorista morto com a cabeça caída ao volante, momento inesquecível e a tensão ainda maior.
Ao chegar ao quartel da Marinha, apoiados pelos tanques e pela artilharia de solo, tomamos o quartel e conseguimos fazer nossa primeira refeição do dia às 19:00 horas. 
Alí havia a notícia: aconteceu a REVOLTA DOS SARGENTOS liderados pelo sargento Garcia que na época era Deputado Federal.
Após 7 dias de tensão fui autorizado a viajar para minha cidade e rever minha família. 
Finalmente quero dizer: SÃO PAULO ESTAVA LÁ. 
Com muito orgulho e muita saudade, guardo comigo as recordações de meu tempo de quartel e acho que todo brasileiro deveria passar pelas Forças Armadas, pois a vida é mais valorizada após essa experiência agradável.
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