12 DE SETEMBRO, 48 ANOS DO LEVANTE DE BRASÍLIA – Pela visão do Granadeiro Arnaldo André Pascon, 1.ª Cia 1963

Eu já tive a oportunidade de conversar pessoalmente com alguns Granadeiros que paprticiparam do 12 de setembro em Brasília e o Pascon é um deles. Quando conversei com ele senti dele uma emoção muito grande por ter sido personagem da História recente do Brasil e muito orgulhoso de ter servido ao país em momento de tal importância política. Pedi para que ele escrevesse um pouco sobre o assunto e não podia deixar de ser, prontamente me enviou a sua matéria em formato de bate papo, descontraído e bem didático.

“ Gomes, a Primeira Cia; foi totalmente  colocada em prontidão  na Esplanada dos Ministérios. Ficamos deitados com os fuzis apontado em direção ao andar superior do prédio M. da Marinha.  Não tínhamos conhecimento do que estava acontecendo naquele momento. Apenas estávamos ali para receber ordens de atirar se necessário fosse. Surpresos ficamos, quando chegaram os tanques de guerra, estourando o asfalto e arrebentando as guias  subindo no gramado sem  preservar nada.   Foi quando percebemos que o negócio era muito sério.  Mas ficamos mais tranquilos  por que melhor retaguarda não poderíamos ter. Houve a rendição dos amotinados e tudo ficou mais calmo e já não corríamos o perigo de disparos.   Dali, partimos em direção ao Aeroporto , recebemos uma ração fria  e passamos toda a tarde até ao anoitecer quando lá também voltou tudo a se normalizar. Nosso conhecimento do que acontecera, era uma informação muito superficial.  De volta ao quartel, é que ficamos sabendo os motivos  do que estava acontecendo.   Foi uma situação preocupante, mas a nossa pressão contra os rebeldes, levou-nos  ao êxito e dali em diante  mais algumas prontidões, tudo se normalizou. As outras Cias, seguiram para outros setores  com o mesmo propósito de repreender  os amotinados, com bons resultados também.   Desta forma,  portanto  foi o que passei e presenciei   junto aos companheiros  ali presentes.     Claudio, quero lhe informar que o soldado atirador   1103 ;  chama-se  Rubio e é da 1 Cia.  residente em Araraquara o qual foi deslocado  para aquele setor.  Sem   mais   logo mandarei uma carta  que diz respeito as nossas Guardas.      Um abraço       Pascon.”