Ainda hoje, quando participo de alguma reunião, por pequena que seja, ninguém me trata por Neoclair, muito menos por Ribas, é por Xerém, um apelido que me foi dado pelo companheiro JOSE NILGERSON BARBOSA, Sd. 2066, da CCS. Era atleta amador da Ferroviária de Araraquara, tendo atuado, antes de seguir para o Exército, no time principal da AFE, por algumas vezes. Seu nome futebolístico era PAINA, por causa de cabeleira clarinha, quase branca. Se o Sivuca fosse conhecido naquela época, por certo o apelido seria esse: SIVUCA. Mas era PAINA, e lá em Pirassununga, nos dias de aguardo do embarque para Brasília, no quartel do 17º RC, para matarmos o tempo fazíamos rachas de futebol tipo, ARARAQUARA/S.CARLOS X RIBEIRÃO PRETO/FRANCA ou contra RIO PRETO/BARRETOS. E como tinha nego bom de futebol nessas cidades, meus amigos!!! Num lance infeliz (para mim, todos eram), alguém lançou uma bola na lateral, na minha direção (era para mim?) e eu, com minha limitadíssima intimidade com a redonda, apanhei: da bola e do beque adversário (até hoje não me lembro quem foi o miserável que me atirou no chão, fora do campo). Aí, o PAINA, do alto de sua capacidade futebolística (e como jogava o danado) lascou: - Ô, õ , você aí, ô... (e meu nome não lhe vinha à mente) XERÉM, tá com sono, tá dormindo??? PQP!!! Metade do time adversário caiu na risada. E 100% do meu time, rachando o bico de rir. E eu, "feliz da vida" com aquilo. XEREM??? O que significaria aquilo? (hoje sei que é milho pequeno, bem vagabundo) Nos dias atuais, a terra do ZECA PAGODINHO. E você sabe, quanto mais esperneia, mais grita, aí é que coisa pega. E ninguém mais, me chamava por NEOCLAIR. Apenas os sargentos, no inicio, porque depois de um certo tempo, até eles e os tenentes, me tratavam assim. E até hoje, amigos, parentes, filhas e netos, me tratam por Xerém. Mas haviam outros também que trazendo de suas cidades ou adquirindo no quartel , tinham seus apelidos. DONANGELO, falecido logo depois da baixa, devido ao pouco cuidado com sua farda de serviço, no pelotão de transportes, ganhou o BARRA SUJA. O CLOVIS BUENO, falecido anos depois, da 4.ª Cia, devido à extrema magreza, ganhou o RISCO. LUIZ CARLOS OLIVER, o 2078, da CCS, residente aí em S.Paulo, inscrito em nosso Cadastro do BS, era de Monte Alto. Rapaz educadíssimo. Talvez até demais, para alguns companheiros de farda. Que ao verem o simpático rapaz dirigir-se ao seu superior, assim dizia: Cabo FULANO, eu PODERIA fazer isto? Sargento SICRANO, eu PODERIA fazer aquilo?? Aí, meus amigos, os bocas de sapo não perdoaram: Ô, Õ PODERIA, quebre este galho. E o rapaz deixou de ser LUIZ, deixou de ser CARLOS, deixou de ser OLIVER e passou a atender por PODERIA. Até hoje, quando ele liga para mim e deixa recados na caixa Postal, se identifica por PODERIA. Tinha o JOAQI ALVES, o famoso DECA (briguento, tava no mau comportamento, com 3 meses de quartel, mas jogava bem e tinha o perfil de BOM MILITAR, pois pegava firme), falecido. O ANTONIO APARECIDO FRIAS FURTADO, o SABIÁ, goleiro do Futsal, também conhecido por CACHAÇO (porco de estilo diferente).O VALTER D'ANDRÉA, o melhor jogador de futebol de campo e de futsal daquele ano, falecido a uns 6 a 8 anos, trouxera de Rio Preto, o apelido de GUARANÁ. Ah!!! Tava me esquecendo, meus amigos. Ele, inclusive, vai homenagear minha santa mãezinha e por em dúvida minhas hombridade e masculinidade (vai me chamar de viado, bicha) por este episódio. Um Certo companheiro FRANCANO, nos dias de prontidões, pré Revolução de 64 e também durante esta, nas noites em que ficávamos no pátio, à espera da ordem para subirmos aos caminhões choques, não podíamos sair daquele local, em hipótese nenhuma. E lá pelas 22,00h, clima tenso, eis que este nosso companheiro francano, tendo sido atacado por violenta necessidade de desaguar seus líquidos, ficou a perigo. Daí, alguns companheiros, SABIÁ, DECA, GRECÃO, EU, JAMIL, ZUZA propusemos a ele: -fazemos uma "parede humana", ali perto do Rancho (antigo) e você se desaperta, Ele topou e o serviço foi feito, Desfeita a parede humana, fomos aos antigos postos e ficamos à espera da ordem de embarque. No dia seguinte, algum espírito de porco, um daqueles da Muralha Humana, resolve conferir no local a prova do crime. Todos acharam que com o tempo, a marca do xixi desapareceria. Ledo engano: - no lugar do NADA, uma mancha de uns 40 cm de diâmetro, esbranquiçada, amarelada, meio lusco-fusco. A força que havia sido dada para ele foi transformada num xiste humorístico-aporrinhador. Sabia-se que ele (o autor da mancha) estivera em tratamento na enfermaria, para cuidar de uma certa indisposição de sua área genital, adquirida por atos sexuais, não se sabe se em Franca ou ali na Cidade Livre. Aí, as bocas dos companheiros de Muralha lascaram: - GONORRÉIA. Cês acreditam que até hoje, quando nos encontramos, nos Eventos do BS, a turma manda: - GONORRÉIA, meu amigo!!! E ele, daquela forma diplomática, quase um gentleman, agradece. Quando nos primeiros encontros do nosso Batalhão da Saudade, ele me intimava, quando, sentado com sua família e amigos de Franca, ele me intimava: - XEREM, seu FDP, BICHA, se você for homem me chama daquele jeito que você me tratava no BGP. E eu, que sou homem pacas, não deixava barato.E mandava: - GONORRÉIA.!!!! A turma relinchava de tanto rir. E tudo corria como nos bons tempos de caserna. Porque tudo ali era festa.!!!!Indo a Franca, hospede-se no MORADA HOTEL. Pronto ELZIO BARBOSA, paguei a gozação com um bom comercial de seu excelente e confortável estabelecimento “tamos” quites.
XEREM-24/janeiro/2011,
Um comentário:
XEREM, veja algo sobre seu xará:
Xerém era pintor amador e Bentinho formado em quimica industrial. Fizeram parte do elenco da Rádio Tamoio. Apresentaram-se na Boate Casablanca e na TV Tupi além de realizarem diversas excursões pelo país. Em 1951 gravaram de autoria da dupla as músicas "Chale encarnado" e "Baião da viola". A dupla apresentou-se no programa de Cesar Ladeira, na Rádio Mayrink Veiga, onde lançou várias músicas. A dupla lançou diversos discos, principalmente pela RCA Victor, como o calango "Avoa jacutinga", de José Alves Torres, e a moda de viola "Moda do casamento", de Xerém e Bentinho. Em 1956 gravaram na Odeon o calango "Na barraca do cigano", de Xerém e B. Guedes e o cateretê "Piou o Inhambu", de Jair Silva e Bentinho. No ano seguinte gravaram o "Desafio da pacificação", de Ariovaldo Pires e a rancheira "Saudades", de autoria da dupla. Apresentaram-se nos programas "Manhãs na roça", apresentado por Chico Carretel na Rádio Cruzeiro do Sul.
Também tive um apelido: BÚFALO BILL. Mas não pegou.
Tivemos também na CPP um KID GONORRÉIA, apelido que também não pegou
(pekowal).
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