“ NÓS QUE ESTAMOS DO LADO DE CÁ E TAMBÉM AOS GRANDEIROS QUE LÁ ESTIVERAM, NÃO NOS CABE DEITAR EM GLORIA ALHEIA, EMITIR JUÍZOS DE VALORES, TAMPOUCO TOMAR POSICIONAMENTO BAJULADOR A QUEM QUER QUE SEJA!” Aqui apenas relatamos fatos históricos.
Rá tá tá tá tá...
-Tum...
-Rá tá tá tá ta...
-Clink...
Eu e Kortz estávamos subindo a escada, vindo do refeitório do Ministério da Aeronáutica, na Esplanada dos Ministérios, quando nos deparamos com o tiroteio. O soldado veterano 1103, disparava rajadas, na metralhadora .30, em direção ao prédio do lado que era o do Ministério da Marinha. De lá respondiam o fogo.
O Tenente Monteiro tentava, nervosamente, através do telefone de campanha, contatar o quartel. Finalmente conseguiu, intercalando com os tiros de fuzil que também disparava.
Algum tempo depois os tanques do esquadrão mecanizado, que haviam vindo para o desfile de 7 de setembro, apontavam seus canhões para os insurgentes que se rendiam.
Era madrugada de 12 de setembro de 1963.
Éramos dezenove recrutas, um soldado veterano e o tenente no comando. Foi nosso batismo de fogo.
O dia amanhecia. Dali rumamos para a guarnição da Aeronáutica, onde permanecemos em guarda por alguns dias. O Exército havia dominado a rebelião e a Aeronáutica estava sob seu comando.
Em anexo a escala de serviço, feita pelo então sargento Monteiro, que agora nos comandava em substituição ao tenente, para nossa missão, na Aeronáutica.
9 às 10: Kortz - Tércio - Mílton - Alonso.
10 às 11: Galhardi - Odara - Jonas - Almeida
11 às 12: Prates - Ertl - Cremonezi - Cardoso
12 à 01: Kowaliauskas - Walter - Borges - Arnaldo
1 às 2 : Vellenich - Silva - 1101 - Knoll
Pedro Kowaliauskas CPP 63/64
2 comentários:
Chegando ao BGP, em Janeiro de 64, deparamos com aquela imensidão de vazios na cidade e, dentro de um enorme quartel, com 6 predios, cheios de camas, armários, um enorme páteo, e mato na frente e no fundo do quartel.Era muito vazio para o nosso gosto.E tinha já , ali instalados, mais de 300 companheiros de caserna, de incorporação anterior à nossa.Sem contar que, dias antes, haviam sido liberados, pela baixa , de mais outros 250 ou 300 outros.E, com os dias se passando, fomos nos conhecendo, entre os que chegaram e os que já estavam ali instalados. E ficamos sabendo que essa mesma turma havia provado do gosto de um "pega pra capar", ocorrido a pouco mais que 3 meses, num evento chamdo de REBELIÃO DOS SARGENTOS.Nossa!!!!Para os novatos aquilo parecia história aventuresca,tipo Bicho papão.Ficavamos a imaginar aquele páteo cheio de gente, armados, alguns presos, etc....Que inveja daqueles que achavamos heróis, pelos relatos que ouviamos.Alguns dos personagens daquela epopéia ainda estava ali conosco. TENENTE ARY, TENENTE CARDOSO, TENENTE CARVALHO, CAPITÃO DAGÔ, TENENTE MURILO, MAJOR HARDMANN (com quem tive o prazer de trabalhar no S-1), TENENTE CARVALHO, SARGENTO MONTEIRO, CAPITÃO SCHMIDLIN, SARGENTO ARAÚJO e outros.Sabiamos pelos relatos dos soldados que esses militares haviam se destacado nas ações relativas àquele evento.Hoje, já a quase 50 anos depois daquela época, experientes, buscamos informações na história que expliquem e justifiquem o que ocorreu. E junto vem os nomes que estiveram arrolados ao eventos.E constatamos que vários daqueles nossos superiores são hoje nossos companheiros de BS.Ontem, superiores, hoje companheiros de saudades, de camaradagem, de amizade conquistada na caserna , vivida no quartel do BGP.Foi embora a turma que nos antecedera e malsabiamos que pouco depois de nossa chegada ,haveriamos de provar a nossa dose de emoção e aventura, com a REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO DE 1964.Mas isto, é assunto para outra matéria. Até lá, então. Xerem os saúda.
Ressalva: o soldado veterano era
1103 RUBIO.
PK
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