Em menos de 24 horas, o Exército, basicamente representado pelo BGP dera uma brilhante demonstração de Disciplina, Eficiência e Lealdade, sob os exemplos de seus Comandantes – Cel. Raymundo e Cel. Serra – e com a dedicação de vários oficiais e sargentos que, em conjunto e mesmo em ações isoladas, expuseram suas vidas. Foi particularmente o BGP a única Unidade constituída a debelar o movimento sedicioso, com a participação de frações da Bateria Independente e da PE. Outras unidades e efetivos poderão ter contribuído, a posteriori, nas atividades de rescaldo das operações, mas a repressão foi totalmente conduzida pelo citado batalhão.
Outros oficiais, sargentos e praças do BGP tiveram suas participações efetivas e, com certeza, tão ou mais importantes, mas não temos conhecimento suficiente dos fatos para agregá-los a esse testemunho. Deve ser ressaltado, entretanto, que mesmo agindo isoladamente, a atitude e a atividade desses profissionais convergiam para um ponto único final, em face da existência, na formação dos profissionais da guerra, do princípio fundamental da “Unidade de Doutrina”. No decorrer das operações, como é cabalmente demonstrado no texto, as condições permitiram que aflorasse outro princípio básico que é o da “Unidade de Comando”, que surge na atuação do Cel Raymundo, Cmt do BGP, ao assumir o Comando Militar do Planalto e, do Cel Serra, Sub-Cmt do BGP, ao assumir o Comando Operacional das ações.
Encerramos esta síntese, para compartilhar com os leitores algumas observações referentes aos fatos citados e muito pertinentes, considerando-se a atual conjuntura brasileira.
A primeira delas é de que o BGP deu uma vigorosa demonstração do seu preparo e, como Unidade de Infantaria, da real liderança de seus oficiais sobre suas frações, acompanhados com dedicação profissional pela maioria maciça de seus sargentos. Daí julgarmos mais justo titular o infeliz evento gerado pela esquerda de “Levante de Brasília” e não de outro nome que, mesmo genericamente, pudesse ligá-lo à classe dos sargentos - o que seria uma afronta a aqueles profissionais que, particularmente no âmbito do BGP, demonstraram a excelência de seus papéis, exercidos na plenitude do amor à Instituição.
Quanto aos soldados, em sua maioria do interior de São Paulo, imbuídos dos sentimentos de brasilidade e de respeito às autoridades, participaram, como militares e como verdadeiros cidadãos, dessa página brilhante da Historia Militar, confirmando assim o conhecido dito do Gen. Osório de que “é fácil a missão de comandar homens livres; basta indicar-lhes o caminho do dever”.
Ainda hoje, temos o prazer de vez por outra, nos contatarmos com alguns deles e, nessas oportunidades, sempre aflora o orgulho natural de termos cumprido a missão que se impunha. Jovens ainda, com 19 ou 20 anos, já haviam atendido ao primeiro chamado legal da Pátria quando se incorporaram a um Quartel, no ainda desconhecido Centro-Oeste, longe do conforto de suas residências e da companhia de seus familiares e, no evento narrado, cumpriram, na prática, com o único juramento profissional que impõe como limite máximo o sacrifício da própria vida ao serviço da Pátria e à defesa de sua honra, integridade e Instituições! Traçaram eles aos seus pósteros a conduta reta de que o atendimento à hierarquia, à disciplina e à lealdade são perfeitamente compatíveis com a camaradagem entre todos, independente de postos e de graduações.
Resta ainda uma dúvida: Qual a justificativa para que o Exército e, em especial, o BGP, não comemore uma data tão cara e plena de ensinamentos para todos os militares? Não se constituíram esses fatos em exemplo concreto e louvável de Lealdade, Hierarquia, Disciplina e Eficiência? Não é do conjunto de fatos como esse que se constitui a História – de uma Unidade e, em conseqüência, de todo o Exército – que se fundamenta a Tradição, valor inquestionável para uma Instituição e para uma Sociedade que desejamos forte, ampla e segura?
Reconheçamos que, à época, Brasília era ainda algo remoto, tanto na mídia quanto na mente do brasileiro, e até mesmo na de muitos colegas. Mas, se analisarmos com a clareza que o tempo aprimora, veremos que o Exército e, em especial o Batalhão da Guarda Presidencial, deixou claro, como numa espécie de avant-premiére, seis meses antes do Movimento de 64, qual a posição a ser tomada, em relação às tentativas de qualquer ideologia totalitária que tentasse se impor no Brasil.
E, como “não há Exércitos distintos” e, “ao longo da História, temos sido sempre o mesmo Exército de Caxias, referência em termos de ética e de moral, alinhado com os legítimos anseios da sociedade brasileira”, em que pesem as dificuldades eventuais, temos a tranqüilidade necessária para acompanhar e, se necessário, até mesmo participar do desenrolar da História, dentro do quadro da contínua cooperação do nosso Exército que, após 1985, sob a alegação de ser o “Grande Mudo”, vinha correndo o risco de transformar-se no “Pequeno Omisso”.
Um comentário:
como vao granadeiros eu vivi esses dias e ainda estou vivo sou soldado CAMPANHA 889 CCS mando umglrande abraco a todos e um bom ano de 2011 meu emal paulocampanha@r7.com
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