terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CARTAS DOS GRANADEIROS – Por José Carlos Xavier turma de 1966

Militares jamais, nem tanto!?
            Ao escrevermos “VIVA A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA” com os nossos próprios corpos em uniforme de gala do Batalhão da Guarda Presidencial, naquele 31 de março de 1966, na esplanada dos ministérios bem próximo da rodoviária de Brasília, fomos efusivamente aplaudidos; ao passar marchando pelo público, mais aplausos.
            A capital da esperança, ainda menina; nós jovens, vibrantes caboclos paulistas; inevitável a emoção. Aos brasileiros uma identificação com a mensagem, posto que abominável o comunismo que os ameaçava.
            Após dezenas de honras militares ao Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, em mais de sessenta guardas no Palácio do Planalto, o sentimento revolucionário se entranha em nós.
            No palácio, em guarda: a lembrança dos poemas de J.G. de Araujo Jorge, sons vindos de um rádio no alojamento de funcionários  que aliviavam o turno das 22:00hs. Nas primeiras horas do dia, o noticiário no qual o locutor enfatizava: de agora em diante o ingresso no serviço público somente por concurso público. E a  nós esperançosos,  a  chance.
            Formado Soldado da primeira turma da Polícia Militar do Distrito Federal, estudante líder da classe, vimos aquela corporação nascer e ainda  vivemos  a meninice da capital federal, por quatro anos, outros paulitas: Dascánio; Pelicério; Camargo; Arlindo; Tinazi e Lopes por lá fizeram carreira.
            De volta a São Paulo, como soldado do Batalhão Tobias de Aguiar, durante seis meses de metralhadora no colo, expusemos nossos corpos não a honrarias, mas à tirania daqueles  que matavam inocentes em assaltos a bancos para fazer dinheiro  para a guerrilha. Estamos em 1970. Nossa missão ronda a bancos, o itinerário: Bom Retiro; Lapa e Pinheiros.
            A ROTA está nascendo: primeiros conceitos; primeiras guarnições e viaturas; controladores e informações:- que privilégio.
            Na região de Registro, nossas vidas expostas à mira de possantes armas: metralhadoras e  fuzis automáticos, roubados de unidades militares; nas mãos de terroristas treinados em Cuba e outras plagas comunistas. Muitos foram os alvejados; outros feitos reféns e um jovem oficial; morto, indefeso de direito e de fato.                    
            Passados os anos, constatamos que evolução tecnologia e  econômica que nos dá status  de  riqueza,  se contrapõe  proporcionalmente à questões de toda ordem que nos mantém em condições incompatíveis no âmbito na nação quanto ao aspecto social: campeão de morte por arma de fogo; campeão de morte no trânsito; alto índice de  corrupção; baixo rendimento escolar; elevado índice de jovens envolvidos com drogas; boa parte do funcionalismo com baixa credibilidade junto a população.
            É sintomático o episódio recente no Rio de Janeiro: a partir da união das  polícias com as forças armadas: Marinha e Exército, uma chama de esperança  acendeu, não só sobre a cidade maravilhosa mas  em todos os rincões da pátria brasileira.
            A harmonia; a união de todos os seguimentos  focados para as causas que nos apequena e nos valores transcendentais do ser humano, hão de prevalecer sobre as querelas momentâneas de grupos antagonistas no passado.
            É difícil lembrar de companheiros vitimados por estar portando apenas sua identidade de policial, certamente é difícil vivenciar os desaparecimentos; as agruras do cárcere.
            Viva o futuro, vamos recobrar os valores essenciais, chega de falácias, de revanchismo, corporativismo oportunista. Menos irreverência e charlatanismo que confunde; compra e corrompe consciências; mais coerência, mais consciência cidadã e ação prática, principalmente de quem vive às expensas do Estado.
            “Louve-se a ação integrada  de 28 de novembro  no Rio de Janeiro”.

           Salve o porvir!
Que o Senhor abençoe nossa Presidenta na condução do Brasil.

            Salve Catanduva! Feliz 2011!



           José Carlos Xavier
            Coronel QOPM-R e Advogado
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4 comentários:

Anônimo disse...

Coronel,

Não sei o que aconteceu (ou sei) mas o que
parece importar para o brasileiro é futebol,
carnaval e o império de Sodoma e Gomorra
implantado em novelas e outros que tais. Haja
vista que as vítimas da tragédia no Rio ainda
nem esfriaram seus corpos e ... haja Carná! Parece que até o lado espiritual começou a tomar
alguma providência... Quanto à ação nos morros
e a exportação do tráfico até para municípios
paulistas, não será para "inglês ver" na Copa?
Como disse Sócrates: Tudo que sei é que nada sei.
(pekowal)

Anônimo disse...

O Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo no futebol e ficou triste.
Mas é o 85º em educação e não há tristeza!"
(Senador Cristovam Buarque)

Cel.Xavier,

Apenas complementando, deixo aqui
meus cumprimentos pelo seu texto.

(pekowal

Anônimo disse...

VIVA!!!!!!BINGOOOOOOOOLLLLLLLLLLLL!!!!!DOIS COMENTÁRIOS DE TREMENDO PESO PARA NOSSAS MATÉRIAS EXPOSTAS EM NOSSO BLOG. E LOGO DE QUEM? PEKOWAL, A PALAVRA PRECISA E RESPONSÁVEL, DAQUILO QUE ANALISA E COMENTA. E DO GRANDE EX-DEPUTADO, , MINISTRO, GOVERNADOR,ATUAL SENADOR E EXPERT EM EDUCAÇÃO, INFANTIL, JUVENIL OU ADULTA.:CRISTOVÃO BUARQUE.VOCÊ VIU, CEL. XAXÁ, NO QUE DAR GASTAR SEU TEMPO COM COISA SÉRIA?PERIGA SER VISTO POR GENTE QUE REALMENTE SE INTERESSA PELO BRASIL.E QUE SE MANIFESTAM QUANDO PERCEBEM QUE HÁ CONDIÇÕES DE SEREM VISTOS,LIDOS E NOTADOS. O ESPAÇO ESTÁ ABERTO E TOTALMENTE DISPONÍVEL. KADU TÁ DE PLANTÃO PARA PUBLICAR MAIS MATÉRIAS DE VOCÊS.XERÉM -27/FEVEREIRO/2011

Anônimo disse...

Muito bom ver os comentários de PEKOWAL e o Senador CRISTOVÃO BUARQUE acerca do artigo do Cel.XAXÁ.Afinal, não foi ao vento que este se expressou. E bons olhos e ouvidos viram e ouviram sua matéria sobre os acontecimentos iniciados em Abril de 64, nos quais tive o prazer a honra de participar, bem no nascedouro dos mesmos.Os anos passavam, a baixa chegava para a turma de 64, 65, 66, 67 ,...71,72,74 e sempre havia fatos relativos àquela época ainda ocupando a Tropa do BGP e de outras Unidades do Exército Brasileiro.Xerem-27/Fev@2011