Em Fevereiro de 2004 o Granadeiro Pedro KOWALIAUSKAS, que serviu na CPP de 1963 escreveu um pequeno texto em um site de São Paulo falando sobre o levante de Brasília, hoje ele encontrou o link e está dividindo conosco, inclusive com alguns comentários colocados depois por outros Granadeiros, um deles o já colaborador aqui do Blog Nilson PFISTER
Site: http://vivasp.com
Link para o texto: http://vivasp.com/secao.asp?sid=9&ano=2004&mes=2
São Paulo tinha quatrocentos e nove anos. O Parque Dom Pedro II era arborizado. Em suas confrontações havia o quartel da Sétima Companhia de Guardas do Exército Brasileiro. Era julho de 1963.
São Paulo fornecia o contingente para o Batalhão da Guarda Presidencial, que fazia três anos estava sediado em Brasília e a quem cabia toda a Guarda da Presidência republicana, que hoje é dividida com a Cavalaria.
Mil quilômetros e vinte e quatro horas de ônibus aguardavam esses jovens paulistas, paulistanos e migrantes, oriundos em sua maioria das camadas humildes da população, para integrarem as forças de defesa da Pátria. Eu estava lá.
No dia 12 de setembro de 1963 explodia a revolta dos sargentos. Um pelotão foi formado às pressas, na Companhia de Petrechos Pesados, deslocando-se ao Ministério da Aeronáutica. Houve confronto balístico. A imprensa noticiou. Eu estava lá.
São Paulo já havia comemorado 410 anos de existência. No dia 31 de março de 1964 nasciam os anos de chumbo.
Por força do "bilaquiano" dever os soldados paulistas compunham também essa faceta de nossa história.
Em Brasília, São Paulo estava lá.
Comentários:
Nome: Osmar Alberto Volpe/PIO
Email: albertovolpe@uol.com.br
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Parabéns Pedro, Mario e Nilson pelos comentários. Eu também estava lá. Era da CCS, e Nº 1415. Ficamos guardando o BGP a cerca de 02 a 03 Km. ao redor, e lógico entrincheirados, com as P.50. Eu de inicio também não sabia bem o que estava acontecendo e meu amigo Rubão Parelli, muito menos (tudo foi muito rápido). Só lembrava-mos que a ordem era para atirar caso necessário. Felizmente não precisou. Temos muita coisa a conversar. Abraços Pio
Parabéns Pedro, Mario e Nilson pelos comentários. Eu também estava lá. Era da CCS, e Nº 1415. Ficamos guardando o BGP a cerca de 02 a 03 Km. ao redor, e lógico entrincheirados, com as P.50. Eu de inicio também não sabia bem o que estava acontecendo e meu amigo Rubão Parelli, muito menos (tudo foi muito rápido). Só lembrava-mos que a ordem era para atirar caso necessário. Felizmente não precisou. Temos muita coisa a conversar. Abraços Pio
Nome: Mario Pascual Junior
Email: diretoria@nexusepi.com.br
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Pedro: Era Setembro de 1.963, eu estava dormindo com uma passagem de ônibus Brasília/Ribeirão Preto-sp., pois conseguia junto ao comando do BGP uma folga de 8 dias para visitar meus familiares, quando o Tenente Altidório me chamou e ordenou que descesse imediatamente do alojamento da 4.ª Cia. e apanhasse meu armamento, já que eu era o atirador do 3.º pelotão. Imediatamente cumpri as ordens apanhando meu FM e me posicionando em uma trincheira ao lado do quartel. Até aquele momento não sabia ainda o que estava acontecendo, apenas com ordens de atirar caso houvesse invasão. Confesso que com apenas 18 anos de idade fiquei muito tenso, porém, sem medo de defender meu posto. Ao amanhecer ouvi ruído dos tanques blindados do Regimento de Cavalaria Mecanizada se deslocando e ruídos de tiros de metralhadora ao longe vindos do centro de Brasília. Recebi novo comando dos oficiais para que deslocasse o pelotão para embarque imediato, o que foi feito. Ao chegarmos à esplanada dos Ministérios constatamos a gravidade do momento, havia um sargento da Marinha morto por um oficial do BGP que fez um contra ataque para defender suas tropas. A tensão aumenta e somos deslocados para o Aeroporto de Brasília onde ficamos em trincheira ao lado da Rodovia de acesso, com ordens de revidar qualquer ataque. Após algumas horas, fomos deslocados em direção ao quartel da Marinha que ficava um pouco distante da Capital. No caminho deparamos com um veiculo da Cia. Telefônica metralhado com o motorista morto com a cabeça caída ao volante, momento inesquecível e a tensão ainda maior. Ao chegar ao quartel da Marinha, apoiados pelos tanques e pela artilharia de solo, tomamos o quartel e conseguimos fazer nossa 1.ª refeição do dia às 19:00 horas. Ali havia a notícia: aconteceu a REVOLTA DOS SARGENTOS liderados pelo sargento Garcia que na época era Deputado Federal. Após 7 dias de tensão fui autorizado a viajar para minha cidade e rever minha família. Finalmente quero dizer: SÃO PAULO ESTAVA LÁ. Com muito orgulho e muita saudade, guardo comigo as recordações de meu tempo de quartel, acho que todo brasileiro deveria passar pelo quartel, pois a vida é mais valorizada após essa experiência agradável.
Pedro: Era Setembro de 1.963, eu estava dormindo com uma passagem de ônibus Brasília/Ribeirão Preto-sp., pois conseguia junto ao comando do BGP uma folga de 8 dias para visitar meus familiares, quando o Tenente Altidório me chamou e ordenou que descesse imediatamente do alojamento da 4.ª Cia. e apanhasse meu armamento, já que eu era o atirador do 3.º pelotão. Imediatamente cumpri as ordens apanhando meu FM e me posicionando em uma trincheira ao lado do quartel. Até aquele momento não sabia ainda o que estava acontecendo, apenas com ordens de atirar caso houvesse invasão. Confesso que com apenas 18 anos de idade fiquei muito tenso, porém, sem medo de defender meu posto. Ao amanhecer ouvi ruído dos tanques blindados do Regimento de Cavalaria Mecanizada se deslocando e ruídos de tiros de metralhadora ao longe vindos do centro de Brasília. Recebi novo comando dos oficiais para que deslocasse o pelotão para embarque imediato, o que foi feito. Ao chegarmos à esplanada dos Ministérios constatamos a gravidade do momento, havia um sargento da Marinha morto por um oficial do BGP que fez um contra ataque para defender suas tropas. A tensão aumenta e somos deslocados para o Aeroporto de Brasília onde ficamos em trincheira ao lado da Rodovia de acesso, com ordens de revidar qualquer ataque. Após algumas horas, fomos deslocados em direção ao quartel da Marinha que ficava um pouco distante da Capital. No caminho deparamos com um veiculo da Cia. Telefônica metralhado com o motorista morto com a cabeça caída ao volante, momento inesquecível e a tensão ainda maior. Ao chegar ao quartel da Marinha, apoiados pelos tanques e pela artilharia de solo, tomamos o quartel e conseguimos fazer nossa 1.ª refeição do dia às 19:00 horas. Ali havia a notícia: aconteceu a REVOLTA DOS SARGENTOS liderados pelo sargento Garcia que na época era Deputado Federal. Após 7 dias de tensão fui autorizado a viajar para minha cidade e rever minha família. Finalmente quero dizer: SÃO PAULO ESTAVA LÁ. Com muito orgulho e muita saudade, guardo comigo as recordações de meu tempo de quartel, acho que todo brasileiro deveria passar pelo quartel, pois a vida é mais valorizada após essa experiência agradável.
Nome: Nilson Pfister
Email: pfister@vivax.com.br
Comentário:
Companheiro Pedro Fui do BGP 3.ª Cia, nr. 2450, ano junho/64 a junho/65, li seu texto e gostaria de deixar aqui a nossa experiência. Como sempre a 3.ª Cia era a menina dos olhos do quartel, sempre se destacava em tudo, mas no mês de novembro/64 estávamos de prontidão, quando veio a ordem de deslocamento para Anápolis, onde ficamos alojados no campo do Anapolense. Depois partimos para a capital Goiânia, onde ficamos alojados no prédio do hospital Rassi, até que fizemos a derrubada do governador de Goiás. Mais um acontecimento no qual São Paulo estava lá.
Companheiro Pedro Fui do BGP 3.ª Cia, nr. 2450, ano junho/64 a junho/65, li seu texto e gostaria de deixar aqui a nossa experiência. Como sempre a 3.ª Cia era a menina dos olhos do quartel, sempre se destacava em tudo, mas no mês de novembro/64 estávamos de prontidão, quando veio a ordem de deslocamento para Anápolis, onde ficamos alojados no campo do Anapolense. Depois partimos para a capital Goiânia, onde ficamos alojados no prédio do hospital Rassi, até que fizemos a derrubada do governador de Goiás. Mais um acontecimento no qual São Paulo estava lá.
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