As festas estão chegando. A euforia domina. O consumo é desenfreado.
Os parlamentares aumentaram seus salários em “apenas” 61,8%.
“Apenas” 20 milhões de reais serão despendidos na campanha publicitária do bota – fora do REI.
Parece que festejaremos o Baile da Ilha Fiscal, a última grande festa da Monarquia, que ficou marcada pelo excesso e pela extravagância, antes da Proclamação da República, contudo, aos poucos, sem que sejam precisos grandes esforços, nem previsões maléficas, nem gratuitos alertas, vamos caminhando para uma realidade inquestionável – há uma pesada conta a pagar.
O desgoverno, durante oito anos arrecadou como nunca, usou e abusou de um imposto sem controle, a CPMF, e de outros desvirtuados graciosamente, como as taxas do IPVA, o da Lei 231 e fez doações a torto e a direito, permitiu, por interesses ideológicos prejuízos incalculáveis para o tesouro nacional, gastou, inclusive, por conta de recursos prováveis (?), como é o caso do pré - sal, despendeu fortunas em auto - promoção, enfim, jogou pelo ralo vultosos recursos, desperdiçou oportunidades que não voltarão tão cedo e, para piorar, não construiu nada para pavimentar as próximas décadas para o Estado Nacional.
Será possível, que em breve teremos que pagar a imprevidência, a imprudência e a gastança perpetradas nos últimos oito anos?
O continuísmo da nova presidente afirma que é possível, tanto que se propõe e jura que prosseguirá na mesma rota inconseqüente e infantil que balizou o desastroso desgoverno anterior.
Na prática, vemos sinais de que alguns economistas e, até ministros, percebem que chegamos a esta dura encruzilhada, inclusive o melífluo Ministro da Fazenda, que sem perguntar para a sua majestade, vaticinou que projetos mirabolantes e dispendiosos (vários impugnados pelo TCU) apelidados de PAC, sofreriam os reveses das incúrias e dos descalabros econômicos. Seria uma das formas de pagar o preço. Isto já em 2011, sob a nova direção.
A resposta do duende nativo veio curta e grossa. Ninguém mexerá nas obras do PAC. É como dizer, “esta bosta afunda, mas o PAC não para”. No dia seguinte, o subserviente e pusilânime ministro, retirou o que disse, e confirmou as ordens do seu amo. O PAC não pode parar.
Pelo jeito, a opção será não pagar.
Contudo, em determinadas questões querer não significa poder e, certamente, há muito que pagar, com ou sem as obras do PAC, e inclusive a gastança com as polpudas e profusas bolsas.
Assim, ninguém será louco para mexer nas bolsas e no PAC. Comeremos merda em todas as refeições, mas nada abalará a vontade do rei. Podemos incluir na conta, como é o seu desejo, uma nova caríssima e reluzente aeronave presidencial.
É impressionante, como ele pouco está ligando para as denúncias. Á época, quantas reclamações acerca da compra do aerolula. Caríssimo, desprezo pela indústria aeronáutica nacional, e por aí a fora.
Como não temos válvulas de escape, é provável que setores cruciais e que não proporcionam retorno imediato, pelo menos visíveis, como Saúde, Infra - Estrutura, Educação, Ciência e Tecnologia, Forças Armadas sejam os grandes prejudicados (cortes de quantos bilhões no orçamento? 15? 10? 08?).
Infelizmente, para que tudo dê certo, será preciso que o desgoverno extrapole suas atribuições e manipule ao seu bel prazer dados e medidas econômicas. Por exemplo, está subindo a inflação, é fácil, basta retirar - se do rol de itens que a compõem, os que ocasionam a sua alta. É o caso dos produtos alimentícios, ou alguns deles, conforme declaração do Ministro da Fazenda.
O poder do estado absoluto é por aí, manipula e distorce, na certeza de que o Brasil é o País dos tolos.
Brasília, DF, 23 de Dezembro de 2010
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Um comentário:
Ótima matéria, parabéns
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